9 de maio de 2010

So long, goodbye


- A gente precisa se afastar, antes que seja tarde demais
O humano que estava a sua frente doia, palpitava, latejava, sofria. Ainda que soe assim, drástico ou dramatico, haviam montes instrasponiveis. A sua frente, porta entreaberta, gotas de chuva que caiam das calhas e alguns galhos de árvores - era outono, havia passado o verão: quente e impulsivo.
- O que?
Carolina não percebia que não podia aceitar o convite, embora o direito de escolha não fizesse mais parte dela. Ela não podia evitar ou sequer imaginar um jeito de parar a separação: tudo era inevitavel.
Os numeros nos calendários pareciam definitivos. Eles eram uma bomba relógio. Mas ao contrário: iam explodindo a cada segundo que passava.
- A gente... A gente não vai dar certo, Carolina. Eu amo muito você, mas não está dando
Ela agia como se ele tivesse perguntado as horas. Era como se a qualquer momento, no lugar das quase lagrimas nos seus olhos, ele fosse sorrir igual a um dinossauro e a chamaria para dançar. Passariam bons momentos.
- Tudo bem, Arthur
- Tudo bem?
- Tudo
E não estava. Alguma coisa dentro de Carolina gritava e pulsava. E de alguma forma, parecia irreversivel: O que Carolina sentia era apenas um reflexo do que acontecia do lado de fora. Não era exagero, nem fuga ou saída. Carolina sentia o que era, e o que era era isso: dor.

Matheus Oliveira

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