6 de abril de 2010

O cemitério

Nesses dez segundos Carolina foi capaz de entender o acidente dos pais, as quedas que havia caido, os romances destruidos e as amizades fracas. Coisas assim acontecem e pronto, assim era a vida e ponto. Ela se lembrou de que não era culpada por nada disso e que, talvez, os outros também não sejam. Nesses dez segundos, Carolina se viu visitando o proprio cemitério, com amigos, parentes e amores mortos e enterrados. Chegou a conclusão de que nunca fora tão plena de tudo, tão limpa de alma: todos os que haviam ido embora haviam deixado para trás todas as quinquilharias possiveis, mas pelo menos haviam ido embora. Carolina vira e mexe desenterra algum momento, só para ter certeza de que foi a escolha certa ter enterrado todos eles. E sempre tem, afinal é muito dificil enterrar tantos fantasmas, mas ela não estava disposta a viver mal assombrada para o resto de sua vida.

Matheus Oliveira

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