23 de abril de 2010

Como se fossem facas


Carolina sentiu que pontas muito fortes e grandes e afiadas entrarem em seu peito, ao mesmo tempo. De alguma forma, ela foi reduzinho de tamanho, até poder ser pequena o bastante para não ser notada, e poder assim, passar chorando por uma multidão de carros. Ao mesmo tempo em que diminuia, Carolina cresceu o suficiente para sentir a dor do mundo inteiro, sentia cada desespero calado sentando em seu peito, tomando algumas horas só para deixar o que era ruim, pior. Ela não imaginava que sua vida fosse chegar a esse ponto, onde ficar sentada no escuro sem pensar em nada fosse o máximo que sua inteligencia era capaz de chegar. Ela queria fugir dali, ela queria voltar no tempo onde em algum lugar não tão distante, alguma coisa se perdeu.

Matheus Oliveira

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