2 de julho de 2010

Sino dos ventos


Para relaxar, Carolina pegou uma xícara com chá e o seu livro de psicologia que o seu pai dera quando completara 16 anos e foi sentar-se na varanda. Ventava bastante, o sino dos ventos ressoava sem parar transmitindo um pouco de paz em algum lugar. Um pouco antes, apenas algumas horas atrás e sem saber o porquê, ela chorou porque se sentia um pouco mais gorda, mais feia, mais suja, mais incapacitada de amar do que o de costume. Ainda antes do que isso, se encontrou com alguém no elevador. Um sujeito muito bonito, meio alto demais e meio magro demais, mas engraçado e com alguma coisa no olhar diferente de todos os outros. E ele falava que dali a algumas horas, talvez nevasse um pouco. Ela sabia que nunca nevaria, mas estava fazendo muito frio e ele a convidara para tomar uma xícara de chá. Ela não aceitara, mas de alguma forma, alguma coisa ficou subentendida no olhar daqueles dois.

Matheus Oliveira

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