10 de junho de 2010

Depois da tempestade


Pela primeira vez em muito tempo, Carolina não estava pulando de precípicios em precípicios para se sentir mais viva. Pelo contrário: agora ela estava descendo aos poucos os degraus que ela mesmo criou, e com a ajuda certa, se chegasse ao chão não se machucaria.
Junho. O tempo passava mais rapido do que o desejado, mais rápido do que era saudável. Nessa nova etapa, Carolina deveria sentir todos os gostos e toques e gestos que ninguém nunca antes havia feito. Mas a única coisa que restava a fazer era esperar pacientemente pelos dias que viriam. Em cada um destes, ela tinha certeza, haveriam novos começos e alguns finais, as dores passariam completamente e então ela poderia fechar os olhos sem medo. Cada dia de sua vida agora traria um momento unico e completamente louco, e estes, por serem imutáveis, seriam eternos. Haveriam desejos e preces e algumas loucuras antes da ruptura.


Matheus Oliveira

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