5 de novembro de 2010

Os que existem


Tenho três zilhões de amigos e ainda assim eu não poderia sentir um vazio tão oco. O meu melhor amigo sabe muito pouco sobre a minha vida vida porque ele é muito limpinho e tem agonia desses paninhos que deixam pelinhos pelos cantos. Eu sou um paninho muito grande e consequentemente tenho muitos pelinhos, que eu seguro, aperto, às vezes escorrega um mas eu consigo me abaixar quase tombando e recupero. Deus que me livre sujar o branco e o impecável com o que é feio e desgraçado. Não tem mais bagunça na sua sala e nem pelinhos brancos nos seus cantos. Estamos bem, prosseguimos. Tenho outro amigo que é a encarnação de um deus grego na terra. É de uma beleza de tirar o folêgo e tem um humor delicioso. Mas como todas as pessoas muito desejadas, ele não precisa e nem quer ouvir sobre os calos, dentes e hematomas que uma pessoa vazia pode ter. Ele quer se divertir, e sabe que se não for comigo, existem milhões de possibilidades de destino. E então continuamos. Minha melhor amiga foi expulsa da minha vida por forças maiores. Não a vejo faz tempo, mas tudo bem, seguimos em frente. Minha outra melhor amiga não é boa em te levantar das quedas. Além disso, sempre que pode, tira sarro da cara dos outros. Ela me ama muito, mas também adora que as pessoas errem, só para poder se sentir acertando. E não existe problema, prosseguimos. Existe a outra melhor amiga também, que é a minha xerox. É exatamente como eu, pensa como eu, fala como eu e até as mesmas piadas. Ela consegue me erguer por algumas horas, mas olha? Tá dificil até para ela. E a minha melhor amiga de todas é perfeita. Mas apesar da força íncrivel que ela aprendeu a ter para me proteger, ela não sabe como me segurar quando alguma coisa dá errada em mim.
E é isso. Cansei de negar a realidade que atiram em mim. Eu corro atrás de quem não se importa, sim, porque eu preciso acreditar que alguém vai se virar e começar a se importar. E eu pago um pau, sim, para quem teve o poder de me fazer sentir, senão completo, pelo menos semi-preenchido. Eu invento amor, sim, e dói admitir isso. Eu faço história em cima de conto breve, sim, três saídas e um beijo as escondidas é o suficiente para eu encontrar o amor da minha vida. É isso, eu sou oco e quando a solidão dói, eu preciso sair as ruas inventando personagens. Me desculpem.

Matheus Oliveira

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Caah disse...

Ví seu comentário no Blog da Danny, e dei uma passada por aqui.
Achei bem legal o seu texto,
costumo me sentir bem vazia, e costumo escrever mais quando me sinto assim.
Enfim, só queria dizer mesmo que gostei do blog.
Beijos

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