18 de setembro de 2010

Índice: Rupturas


Aquela ruptura era, em especial, diferente de todas as outras. Não haviam promessas nem planos feitos e, consequentemente, não haviam também expectativas. Por isso - por não haver nenhum "eu sou seu" -, não haviam também motivos para se partir. Os planos eram simples, eles deveriam se manter intactos e íntegros. Mas e quando o contrato é violado por um dos assinantes? E quando era preciso fugir para manter a cabeça no lugar? Carolina não sabia.
Mas então baixou a pressa. Era preciso - e imediatamente - fugir. Porque Carolina não suportava mais todos aqueles começos, todas aquelas idas e vindas e estou aqui, por você, mas ali por ela também. Não suportava mais todas aquelas coisas por dentro sem um sabor, sem uma cor. Mas ela sabia que não importava todas as fugas, não importava os bares, o trânsito, tentar se proteger da chuva interna e externa, o emprego novo, o namorado novo, as corridas matinais, as crianças correndo no parque, nada importava pois o que predominaria na sua mente, durantes meses (ou anos, por quê não?) era a respiração do outro, o toque do outro, o tom de sua voz.

Matheus Oliveira

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