12 de agosto de 2010

Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar! Ele não mandava, senão estaria me obedecendo. Mas eu o exasperava tanto, que se tornara doloroso para mim ser o objeto de ódio daquele homem que de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher que eu seria um dia, amava-o como uma criança que tenta desastradamente proteger um adulto, com colera de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros tão curvos.

Clarice Lispector

1 comentários:

Gaby Lirie disse...

Obrigada pela visita *.*

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