25 de junho de 2010

Espero você tocar a campainha olhando o escuro pelo olho mágico. Meu coração dispara mas eu mando ele parar. Estraguei todos os meus relacionamentos de tanto que meu coração dispara. Dessa vez quero acertar, dessa vez quero que alguém fique comigo ao menos um mês sem me achar louca. Cansei de sempre ser a garota louca que espanta todo mundo.

Tati Bernardi

23 de junho de 2010

Fogo cruzado

Carolina agora estava numa guerra, no meio do fogo cruzado. Haviam pessoas loucas por vingança e potenciais suicidas, e ela, mesmo não querendo se envolver, se envolvia. Mas de alguma forma, apesar de todas as quedas, homicidios, suícidios, apesar dos buracos, das marcas e das impressões, ela se sentia viva. Completamente viva. E protegida. Caio era uma espécie de muro alto feito de pedras fortes, impenetráveis. Ela sabia que nada a atingiria enquanto tivesse esse tipo de proteção. Carolina se recostava sobre ele, ele afagava seus cabelos desgrenhados e acariciava sua mão. Ela estava em queda livre e frequentemente consiguia respirar. E sentia que finalmente era bom durante o salto conseguir respirar fundo e não se sentir sufocada.

Matheus Oliveira

21 de junho de 2010

Então acordei, mais me dei conta de que o sonho tinha sim um pouco de realidade. Você estava saindo lentamente do meu campo de visão, tentei, e continuo tentando fazer isso parar. Mais a cada dia, quando eu penso que está tudo ótimo, a crise rebate sobre nós.

Gabriela Santiago

10 de junho de 2010

Depois da tempestade


Pela primeira vez em muito tempo, Carolina não estava pulando de precípicios em precípicios para se sentir mais viva. Pelo contrário: agora ela estava descendo aos poucos os degraus que ela mesmo criou, e com a ajuda certa, se chegasse ao chão não se machucaria.
Junho. O tempo passava mais rapido do que o desejado, mais rápido do que era saudável. Nessa nova etapa, Carolina deveria sentir todos os gostos e toques e gestos que ninguém nunca antes havia feito. Mas a única coisa que restava a fazer era esperar pacientemente pelos dias que viriam. Em cada um destes, ela tinha certeza, haveriam novos começos e alguns finais, as dores passariam completamente e então ela poderia fechar os olhos sem medo. Cada dia de sua vida agora traria um momento unico e completamente louco, e estes, por serem imutáveis, seriam eternos. Haveriam desejos e preces e algumas loucuras antes da ruptura.


Matheus Oliveira