16 de janeiro de 2010


Ela dorme sozinha, ali encostada no ombro dele. Ela sente sua presença, o cheiro de roupa limpa, a respiração entrecortada e sabe, sabe que aquilo é para sempre. Mesmo que o tempo passe e a distância aumente, que o sentimento enfraqueça, a memória se torne turva e acontecimentos mais poderosos do que o amor e mais sinistros do que o ódio aconteçam para eles, aquele momento é imutável. Enquanto a estrada passa por debaixo das rodas do carro, ele olha para os seus olhos marejados de lágrimas e sente o medo, que aos poucos, começa a crescer. Quantas coisas ficariam por fazer e quantas mais coisas são necessárias para o conforto? Muitas. Ele nunca conseguiria explicar esses sentimentos a ela, e ela nunca conseguiria sentir esses sentimentos dele.


Matheus Oliveira

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