8 de maio de 2011

Sem fim


Decorar essa música, vomitando sangue, não esquece de respirar, sorrir, bom dia, boa tarde, não estalar os dedos, me apoia que eu não quero cair hoje, cinco meses, isso se eu não errei a data, errei no quarto mês e fiquei aí, sofrendo dois dias em série em excesso em exagero por falta de atenção, não ver passar o tempo, acordar mais cedo, con-cen-tra-ção, força de vontade, parar de comer isso e aquilo, engordar uns kilos pode, mas só no final do semana, segura na minha mão, louco louco louco, estalar o pescoço pode, tomar chá, agora quero uma vida zen, nenhuma emoção, nenhuma cocégazinha, nenhum impulso vital, ah, me socorre, tudo isso não tem valor se, você sabe, depois seis meses, depois sete e então nunca mais? sempre dura o mesmo tanto que nunca? ligar-desligar chuveiro, água quente para lavar a alma, alma fria para fechar os poros, um olhar, um toque, um gesto, qualquer coisa, cuspindo sangue, arrotando ensaios, fora do padrão, sofrer além do necessário, além do esperado, além do correto, e tudo isso por que mesmo? ah, me socorre, mesmo que

Matheus Oliveira